26 de jun. de 2011

Teorias Burguesas e Caminhos Pedagógicos-Filosóficos

A pedagogia da existência constitui a corrente de maior importância da pedagogia burguesa. Suas ideias evolucionistas antigas revelaram a Humanidade um patrimônio secular do qual devia extrair um conjunto de valores educativos. Essa herança realizada por Condorcet, qual tinha a intenção de mostrar o progresso da razão e das ciências.

O evolucionismo devia opor-se por principio à pedagogia da essência e declarar-se a favor de uma pedagogia que iria revelar o sentido e as necessidades do presente.

Spancer acreditava que a educação não ensinou o homem a viver na vida real. Na sociedade burguesa a educação e a instrução devem desempenhar uma função diferente, de acordo, com as leis gerais da vida social. O valor da instrução e da educação deve ser considerado através do prisma das necessidades biológicas e sociais do indivíduo na luta pela vida.

A partir de sua pedagogia outros pedagogos e alguns psicólogos passaram a tomar a criança como ponto de partida de investigações e de experiências, contribuindo quer com fórmulas gerais sob os novos princípios da pedagogia da existência, quer enriquecendo os nossos conhecimentos sobre a criança e a educação.
Diversos psicólogos elaboraram os princípios de uma nova pedagogia, que não apresentava, nem impunha um ideal e normas, mas que devia ser uma pedagogia funcional, uma pedagogia que cumpriria unicamente em despertar o interesse e a curiosidade da criança.

A concepção da evolução tornou-se na pedagogia a base para tratar o desenvolvimento da criança e da atividade educativa como criação especial.

A pedagogia baseada na teoria de Bergson da evolução atua como noção de vida que se identifique a um impulso vital, de uma concepção de desenvolvimento concebido como uma criação interior proveniente das camadas profundas da vida.

Certas correntes da pedagogia da essência adotaram algumas teorias da pedagogia da existência, pode-se então, falar da de um processo de existencialização da tradicional pedagogia da essência.

No âmbito da pedagogia religiosa, que habitualmente aderia à pedagogia da essência, surgem concepções que avançam relativamente longe na via de uma visão do homem como é e não apenas tal como deve ser.

A tentativa mais consequente de existencialização da pedagogia religiosa verifica-se nos círculos protestantes alemães.

O que já não fazia parte da composição da etapa da evolução estava desatualizado e não merecia ser introduzido no sistema educativo.

Porém, a teoria da evolução ainda assim, poderia ser útil para compreender a vida psíquica da criança e não para definir a sua situação do ponto de vista do desenvolvimento social.

SUCHODOLSKI, B. A pedagogia e as grandes correntes filosóficas. Lisboa, Horizonte, 1984. (Capítulo VIII)
Escrito por Flávia Lemos Bianquini.